ESTOU TATUANDO EM NOVO ENDEREÇO!!!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Desprezo E Solidão

 
Encenei uma peça teatral
Dentro de uma sala de aula


Em uma atuação dramática
Pude expressar todo o sentimento do meu personagem


Que desolado e abatido
Refletia toda a sua angustia
Gerada dentro de uma alma aflita e perturbada


Que durante muitos anos sofreu amargamente
Com a perseguição insana de uma sociedade egoísta
Criada por pessoas individualistas e preconceituosas


Que insistem em excluir do seu convívio
Tudo aquilo que lhes parecem estranho
E que não tem se encaixado com os seus padrões sociais


Abortando com suas ações e palavras
Toda a alegria de uma criança
Que teve os seus sonhos destruídos
Pelas palavras duras de uma professora autoritária


Um ser amargurado com a própria vida
Que um dia despejou sobre um aluno indefeso
Toda a sua revolta Dando a ele o pior dos castigos


A solidão


Num dia em que todos aguardavam ansiosos
A alegria que viria com o tão esperado passeio


Espelhos refletem a cicatriz de um corte profundo
E nos teus olhos eu vejo a depressão


O ônibus de excursão chegou
E levou todos os alunos para o teatro municipal


La eles se divertiram e se alegraram
Enquanto era encenada uma grande e bela apresentação


Todos se emocionaram com os personagens e versos recitados
E aplaudiram entusiasmado o perfeito trabalho


De todos aqueles atores conceituados
Mas uma criança ficou para trás
Um menino deixado sozinho e desprezado
Triste dentro da sua sala de aula
A recitar os poemas da sua própria dor

Pode por ventura uma mãe se esquecer do seu filho?
Do filho do seu ventre!
Mas ainda que essa se esqueça dele
Eu toda via nunca me esquecerei de ti
Diz o Senhor.

Por: Edson Moura.

Reflexos Da Escuridão



Eram cinco horas da manhã quando ela chegou em casa
Seu olhar assustado revelava todo medo que estava dentro de si
E sem dizer nenhuma palavra pôs-se a entrar correndo em seu quarto


Aqui dentro
Portas e janelas fechadas
Horas e horas da vida que se escoa de suas veias


Lá fora
O sol forte quase mortífero
Porém nenhuma luz toca a sua pele e nunca tocara


Bela jovem ao pálido reflexo dos espelhos
Linda até na morte
Morta segue seus dias sepultada
Em um túmulo de solidão


Pois como poderei chamar isso de vida


Caminhar ao anoitecer
vagando por entre túmulos
Alimentando-se dos restos da podridão humana
Buscando nisso satisfazer uma personalidade doentia
Fantasiando uma existência obscura


Não!!!


Eu não posso aceitar esse triste viver
Sendo que no passado nossas vidas eram tão diferentes
E estar junto de ti era para mim mais importante que tudo


Ao seu lado senti as mais fortes emoções
Nos teus braços descobri o calor da paixão
E no seu carinho uma forma de amar


Agora me diz
Como esquecerei de tantas lembranças


O som dos violinos ainda toca tão forte em minha mente
Fecho os olhos e te vejo dançar


Na alegria de cada melodia
Na emoção de cada canção


O salão foi todo seu
e eu não pude te resistir
Uma dança após outra
Noites inteiras sem parar


As festas nunca chegavam ao fim


Ah! Como queríamos que tudo aquilo fosse eterno
Desejávamos que o tempo parasse
Para que assim ele imortalizasse o nosso amor


Mais o que para mim foi apenas um pensamento
Sintetizado em belas palavras
Tornou-se para ti uma incontrolável obsessão


Uma busca insana
Pelo ocultismo sombrio
Que um dia se apresentou perante ti
Dizendo ser o único a possuir aquilo que você tanto desejava


Um sangue amaldiçoado
Que te prometeu não ver mais nos espelhos
A imagem que o tempo tanto insiste em envelhecer


Trazendo em nossas vidas
Uma estaca que dividiu o rumo do nosso caminho
Me fazendo ter que escolher entre a luz e as trevas


Adeus!
Uma palavra de despedida em minha alma
Quando escolhi o melhor caminho


Os antigos casarões estão em ruínas
Breve se tornarão escombros da decadente escuridão
E o que restara do nosso passado
Será a lembrança de um doloroso amor


Em mim
Um novo viver
Uma luz no fim do túnel a qual não rejeitei
Uma porta estreita que estou prestes a abrir


Minha alma banhada em sangue
Jorrado pelo Deus da minha salvação


Em ti
Um entristecer-se ao extremo
Uma rosa que não parou de sangrar
Um corte profundo em teu peito
Que dilacerou sua alma


E te fez descer
Ao mais profundo abismo


Por: Edson Moura.
Sombrio E Tenebroso Desfile Das Sombras

Quando a noite chega e os portões se fecham
Sombras noturnas saltam os muros
Da onde o descanso é eterno
Em busca de algo que muitos não compreendem

Mais o que será isso
Momentos de prazer
Ao ver a carne humana em decomposição
Sentindo tocar o corpo nu
Deitado no mármore frio

Ou será a atraente sensação
De estar em um bosque morto
Aonde os túmulos ocupam o lugar
Das árvores que a muito tempo existiram
E com seus brotos e ramos
Vivificavam todo esse lugar
Que agora se tornou um jardim de pedra

Aonde as flores não nascem
Mais estão sempre presentes
Dia e noite
A murchar e a morrer
Em um eterno funeral

No entanto para mim
Esse palco Tenebroso
Sempre reservou algo mais doentio

No desfile das sombras
Tinha um corredor bem distante da entrada
Aonde habitava uma escultura
Impregnada de mistério
A estátua de uma linda jovem que viveu no século passado

Seu olhar tão triste tão vazio
Me dava o estimulo a inspiração
De um pensamento criador e poético
No entanto carregado de melancolia

E quantas foram as noites em que estive ali
A recitar e declamar o meu mórbido amor
Porém sufocado em angustias
Um dia busquei conhecer e entender
A quilo que tanto rejeitava

Mais não sabia que ao abrir meu coração
Eu veria despedaçar e cair
Os muros da razão humana
Que minha ignorância havia construído

Parece até que foi ontem
Em que eu vi o céu se escurecer
Rapidamente o tempo mudou
Relâmpagos e trovões
Trouxeram fleches de luz e estrondos
Que afugentaram todos que estavam ali


Mas eu não consegui ir embora
Imóvel permaneci em pé
Por varias horas
A olhar e contemplar aquele rosto
Que um dia eu tanto amei

Seus olhos de pedra pareciam chorar
Enquanto a chuva que caia sobre nós
Banhava todo o meu corpo

No fundo também chorei
Por que sabia que aquele era o último dia em que eu a veria
Pois o coração humano
Feito de carne e sangue
Pulsa intensamente por algo mais forte
Do que apenas tristeza e dor
E por mais que esses sentimentos
Tivessem criado raízes profundas em minha alma
Chegada era a hora
Em que eu veria todas as algemas e correntes que me prendiam
Se quebrando ao meu redor

Nesse dia clamei por teu nome Senhor
Abandonando o desejo obsessivo
Que me consumia
E entendendo finalmente que
Quando as esperanças parecerem perdidas
E o triste aviso do fim soar em meus ouvidos

A marcha fúnebre não tocará
Sem que antes todos tenham ouvido dizer :

JESUS! JESUS!

Por: Edson Moura.

terça-feira, 30 de março de 2010

Saviour Machine - The Invasion Of Israel (Legendado)

Matrimônio De Sangue



Desoladas vidas amarguradas não sabem para onde ir
Habitam em refúgios obscuros
Lugares onde podem se esconder


Eu mesma, durante muito tempo, andei em lugares tenebrosos
Vagando por estreitos corredores


Belas esculturas eu vi
Obras arquitetônicas apreciei
No entanto observei que nesse imenso bosque
O choro e os gemidos de dor não poderiam despertar os que agora dormem
Apenas anunciaria a chegada de um novo morador


Diante desse fato, quem pode conter as próprias lágrimas
Em meio ao funeral de quem tanto se ama


Meus olhos tentaram conter o pranto que estava dentro de mim
Mas do que adiantaria isso
Se há muitos séculos chorou o seu coração


Na madrugada fria, o nevoeiro cobriu o vale e suas flores
Densas névoas tentaram esconder a triste realidade em que vivemos
Camuflando a decadência humana


Contudo eu não desisti de caminhar ao seu encontro
E de estar em teus braços


Sendo sua noiva
Não perdi a esperança nem em meio às aflições
Pois sua vinda é certa e os meus olhos a contemplarão


Há muito se me deixou ver o Senhor
Os teus braços se abrindo por nós
E o sangue quente que jorrou do seu coração


Através dos profundos cortes
Existe um sincero e verdadeiro amor


Por isso caminhei a te buscar, sem deixar que a minha chama se apagasse
Pois do seu cálice beberei


À frente vejo uma porta manchada com sangue
Clamando de geração em geração


O noivo está voltando
E um matrimônio de sangue acontecerá


Por: Edson Moura.
Finados, Dois De Novembro



Quem nunca perdeu alguém que amava
Um bem que de tão precioso
Preenchia totalmente o coração
E que trazia a cada cinco minutos
Uma lembrança doce na mente
Juntamente com um forte desejo de estar sempre perto
De quem tanto se ama


A cada cinco minutos eu sentia uma dor angustiante em minha alma
Que se tivesse sido provocada pela lâmina de uma navalha
Nunca teria feito sofrer tanto o meu coração
Mas o que inflamou o meu peito
Foi um desejo ardente de reviver aquilo que não tem mais volta


Ao caminhar
O ser humano cria rastros formados por aquilo em que ele pisou
Trilhas a serem lembradas
Que guardei no mais profundo das minhas lembranças
Momentos e recordações que marcaram a minha vida
Aprendizados que moldaram e definiram o perfil da minha personalidade


Quando eu era um adolescente eu desejava pular os muros
E fugir de tudo aquilo que me aprisionava
Palavras autoritárias alimentavam mais e mais
O meu sentimento de revolta



Nem tudo os professores podem ensinar
Nem tudo os psicólogos podem explicar
E como os pais podem entender a loucura da rebeldia
Sem antes conhecer e buscar compreender
O choro da alma
E a tristeza do coração


Um dia pela primeira vez me recusei a fazer algo
E tomei de volta para mim à decisão
De fazer somente aquilo que eu queria
Então ouvi uma voz que me disse:
Levante-se e me acompanhe
Nesse momento o medo se apoderou de todos ao meu redor
Mais não de mim


Levantei-me e andei pelos corredores de cabeça erguida
Olhando para dentro de cada sala
Vendo submissão em cada olhar
Passei pelo refeitório e pelos banheiros até chegar no pátio
Quando cheguei no pátio parei e olhei para os dois lados
Do lado direito tinha os portões da saída
E do lado esquerdo as portas da diretoria
Por muito tempo escolhi fugir
E mesmo trancados nem os portões nem os muros da saída
Conseguiam roubar a minha liberdade
Mas naquele dia escolhi o lado esquerdo


Ao meu redor tudo era tão deserto
Caminhei por um caminho solitário e encontrei o vazio
Abri as portas e sentei-me em uma cadeira
Enquanto os meus olhos observavam os fatos da vida
Rejeição e revolta
Solidão e dor


Mais acho que apreendi mais do que quiseram me ensinar
E hoje tudo faz sentido para mim


Chovia muito naquele dia em que eu te conheci
No caminho de volta para casa
E o que será que foi aquilo que a vida nos proporcionou
Coincidência ou a maior das conspirações
Um lugar coberto em meio a chuva forte
Aproximando mais as pessoas


Você era tão calma e paciente
Em meio ao meu nervosismo e mau humor
Só você enxergava tristeza em meu olhar
E mesmo molhada com a água gelada da chuva
Achava motivos para se alegrar no seu jeito divertido de viver
Com isso conseguiu romper as muralhas do meu coração
Trazendo alegria para dentro da minha alma solitária
Então não pude resistir aos seus encantos
E acabei sorrindo na sua presença
Adolescentes provam aquilo do qual são feitas as emoções
As pernas tremem o coração acelera
E juntamente com um frio no estomago
Parece que o chão some de debaixo dos nossos pés


Passado e presente me confrontam
Sempre em meio as minhas narrativas


Um abraço forte ao toque do sinal
Um beijo doce depois da aula
Ela sempre quis saber o que aconteceu na que lê dia
Dentro da diretoria


A infância dela foi boa
Sinceramente eu me sinto feliz
Por não ter visto o que eu vi
Nem ter ouvido o que eu ouvi
Pois aquilo que ela me ensinou ao longo dos anos
Isso sim eu guardarei e na minha vida jamais me esquecerei


Mas um dia ela teve que parti
Depois de uma gravidez complicada e um parto de risco
Nos meus braços ela me entregou a filha mais linda
O maior presente que já recebi

O ardor em meu coração inflamou no meu peito
Sensações inesquecíveis de alegria e dor
Nas horas finai de quem um dia eu tanto amei


Dezesseis anos e o seu sorriso nunca mais saiu das minhas lembranças
Hoje acordei mais cedo
Queria escolher as flores mais bonitas
E preparar o melhor arranjo
Assim como nos anos anteriores segui a mesma rotina
Quase como numa tradição
Quase como em um ritual


Nessa data o dia é sempre nublado com uma fina garoa
Mas hoje o tempo frio me reservou uma forte chuva
Que me trouxe na memória
A lembrança do seu lindo sorriso e do seu jeito divertido de viver
Relembrei todo o nosso passado enquanto esperava a chuva passar


Depois que deixei as suas flores
Levantei-me e andei pelos corredores olhando para cada túmulo
Vendo a tristeza e muitas vezes o desespero no olhar de cada família
Que assim como eu perdeu um ente querido
Não vou mentir dizendo que nunca senti vontade de morrer
Mas assim como no passado parei e olhei os dois cominhos ao meu redor
E a porta que escolhi abrir tinha uma placa e nela estava escrito

VIDA

Sua partida me causou dor
Mas você deixou algo precioso para eu cuidar
E como você mesma me ensinou
Em meio à chuva forte de uma tempestade
Deus sempre nos reserva uma nova alegria


O Pai jamais se esqueceu do seu Filho
O qual ele entregou para salvar o mundo
Depois da tempestade do sofrimento da sua morte
Deus lhe reservou uma nova alegria
Ressuscitando o dentre os mortos e colocando o no trono da sua glória


Hoje fui buscar a minha filha no colégio
E o meu pensamento voou longe
Quando eu ouvi o sinal tocando
Junto com os gritos e o riso das crianças.


Por: Edson Moura.
Mórbido Amor A Espera De Um Carro Fúnebre



Triste melodia que meus ouvidos ouvem
Penetrando na noite com seus fúnebres acordes
Tocando nos mais profundos sentimentos da alma
Semeando na mente humana
Pensamentos de morte
Levando muitos a uma frenética busca pelos prazeres da dor



Nos ouvidos não entram mais palavras de ternura
E a pele não recebe mais o toque do carinho
O que sentem
São as lâminas que cortam e dilaceram a carne sem piedade
Rosto pálido e frio anseia pelo calor da paixão



Mas como amar se não existe no peito dedicação á própria vida
O que existe é uma completa perda de valores morais
Prostituição total
Vidas amarguradas desonram seus corpos em depravações e orgias



Na busca de um amor estranho e mórbido
Trilham por caminhos perigosos que não lhes permite voltar



No passado andei por corredores obscuros
Buscando satisfazer meus próprios desejos
Mas o que encontrei foi uma espada a beira do caminho
No seu reflexo deformado, assustei-me com a visão do terror
Reservada aos que foram até o fim



Aço prateado banhado em sangue
Corpos mutilados à beira do abismo
Descendo aos poucos a um gigantesco crematório



Será isso loucura da minha mente
Desejar mostrar lhes um caminho de paz



Oh Deus!


Te compreenderão nesse momento
Quando tu revelares o que é devido a salvação
Tento falar-lhes, mas muitos me ignoram, afastando-se de mim



Observem então, ó povo da escuridão
Olhem, sintam
O cheiro da morte tem se espalhado
Impregnando almas condenadas
Que insistem em trilhar rumo ao seu próprio fim
Rejeitando e negando o nome do único que pode salvá-las




JESUS CRISTO.



Por: Edson Moura.

domingo, 28 de março de 2010

Daiane

Um abraço forte para aquecer o peito
E aliviar a alma

Cortes profundos cicatrizam por fora
Mais por dentro deixam um rastro de sofrimento e dor

Uma lembrança triste da infância vem como um raio
Invadindo a mente entrando quando quer
Sem jamais pedir permissão

E novamente, como no passado
Acontece uma nova violência

Crianças inocentes totalmente desprotegidas
O abuso de sua pureza
Roubando os sonhos e a alegria de viver

Gritos não foram ouvidos
Nem sequer conseguiam sair da garganta
Para assim tentar romper
O silêncio da impunidade
Que aprisionam os indefesos
Pois o medo que nos paralisa

É como uma angustia profunda
Que faz o coração bater acelerado
Transbordando dos olhos
As lágrimas que nunca pararam de cair
Mesmo sendo reprimidas dia após dia
Ano após ano

No entanto
Os traumas que foram adquiridos
Se transformaram em um passaporte
Que conduziram os sentimentos
A uma viagem sem volta
Trazendo a desordem e o caos

Pois no corpo o amor tem se deturpado e se desviado
Rumo a caminhos tortuosos
De uma vida cheia de decepções e magoas
Onde , muitas vezes, a morte parece ser o único consolo

Foi quando eu a conheci e lhe disse:

Não aceito isso na sua vida
Deixe-me tentar te ajudar
Mais ela me respondeu:

Não há mais esperanças para mim
Mamãe nunca acreditou na historia que eu contei
E minha família jamais me perdoara

Cortarei os meus pulsos
Fazendo morrer a vida que Deus me deu de presente

Vendo assim esvair de dentro de mim
Toda a minha aflição

Isso eu sei que tu já tentaste
E por varias vezes vieste a falhar

A gora te peço
Que busque dentro de ti forças
Para que creia na esperança da fé
E sintas ao levantar as tuas mãos
O toque daquele que te criou
E que pode te responder
Quando em teu peito
Tu o buscardes de todo o seu coração

Então sentirás em teu corpo
Um abraço forte
Que aquecera o teu peito aliviando a tua alma
Trazendo em tua vida a luz
Que conduz até a alegria eterna
Todos aqueles que creem

Em o nome poderoso de JESUS.


Por: Edson Moura.

sábado, 20 de março de 2010

Depois Da Tempestade


Olho para o horizonte e vejo muitas nuvens escuras se aproximando
E junto com elas vem também uma forte ventania
Que faz subir em meus olhos
A poeira que foi encontrando pelo caminho


Mas a tempestade que se aproxima não me trás medo nem preocupação
No entanto a sensação que trás
É de uma saudade no coração
Do tempo em que éramos crianças
Onde corríamos e brincávamos na chuva
Sem nunca se preocupar com o que poderia acontecer
E a alegria que sentíamos era o que contagiava o nosso coração
Pois tínhamos um ao outro


Os anos passaram
E a infância não existe mais


Todas as pessoas tem uma criança em seu interior
Brincando e correndo
De maneira pura e ingênua
Vivendo na morada da mente e do coração
Mas quando a criança morre
Morre também as esperanças
E a alegria de viver


Meu parque de diversões se transformou em um grande cemitério
Com muitos túmulos para serem visitados
Às vezes, tento reviver trazendo devolva a vida
Todos os momentos tristes que me trouxeram até aqui
No entanto sinto que chegou a hora de sepultar
Apagando da lembrança e do coração
Tudo o que vivi junto daquela criança


Hoje a tempestade se aproxima
De maneira forte e ameaçadora
E eu a deixarei entrar sem medo
Abrirei as janelas do meu quarto
Para que a água da chuva limpe as paredes sujas
E leve ao amanhecer todo cheiro de morte e podridão
Que um dia habitou em meu interior
Então poderei respirar aliviado de novo
Sem ter que carregar o peso das acusações
Dos dias em que rejeitei o sacrifício do verdadeiro amor


Agora sei que poderei ser digno
De sua carne e do seu sangue


Eu sei que parece macabro o seu amor
E sombrio o meu jeito de amar


O mundo talvez nunca compreenda
Assim como um dia eu também não te compreendi Isso, porém ficou no passado
Agora o que eu mais quero
E anseio em ver se concretizar
É o nosso matrimônio de sangue
Que se realizará no dia da sua volta.


Por: Edson Moura.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Minha Menina Morta



No despertar dos meus sonhos

Acordei com uma lágrima no olhar

Produzida pela saudade

Daquilo que eu não posso ter




Pois não está mais em mim

O decidir e o querer




Não toco

Não possuo

Não sinto




O perfume das rosas que no começo era tão doce

Tornou-se enjoativo e insuportável ao meu redor




Seu corpo endurecido

Não aquece mais a minha pele

Entrelacei me em ti

E sua frieza me fez recorda do nosso passado




Brigas e discussões

Desentendimentos e lágrimas




Lágrimas se transformam em angustia

Angustia se transforma em dor

Dor fez jorrar sangue de seu corpo




Sangue seduz os pensamentos mórbidos

De mentes doentias

Que buscam incessantemente um pretexto

Apenas mais um motivo

Para se entregarem à morte




Morte e suicídio permanecem juntas

Dançando lado alado

Numa coreografia macabra

Em meio a melodia da depressão




Depressão me fez cometer muitas loucuras

Loucuras que a mente humana não consegue compreender

E eu que quase perdi a minha sanidade

Quando passei uma noite inteira

Dormindo ao lado dela

Da minha menina morta




Mais aquele que sonda os corações

Conhece o choro da alma

E a mente do espírito




A minha dor se transformou em orações

Que chegaram em seus ouvidos

Como gemidos inexprimíveis

Intercedendo ao meu favor




Pois o pouco de luz que ainda havida em mim

Não quis se render em meio a escuridão

E aquele que voltou do mundo dos mortos

Assistiu-me em todas as minhas aflições

Ele mesmo após permanecer três dias dentro de um sepulcro

Ressuscitou renascendo

Com grande força e poder




Poder que curou as minhas feridas

No momento em que aceitei o seu amor




Pois não me rejeitou

E nem me teve por aberração

Quando em minha fraqueza

Um dia eu me deitei no pó

Tornando-me um só corpo com a morte




Esse laço macabro foi desfeito

Mesmo no mais profundo de um túmulo

Pois até lá tens me alcançado

Os seus braços banhados de sangue




Hoje Jesus Cristo habita em mim

Dizendo todos os dias dentro do meu coração




Filho Eu Te Amo!

Filho Eu Te Amo!




Por: Edson Moura.