Matrimônio De Sangue
Desoladas vidas amarguradas não sabem para onde ir
Habitam em refúgios obscuros
Lugares onde podem se esconder
Eu mesma, durante muito tempo, andei em lugares tenebrosos
Vagando por estreitos corredores
Belas esculturas eu vi
Obras arquitetônicas apreciei
No entanto observei que nesse imenso bosque
O choro e os gemidos de dor não poderiam despertar os que agora dormem
Apenas anunciaria a chegada de um novo morador
Diante desse fato, quem pode conter as próprias lágrimas
Em meio ao funeral de quem tanto se ama
Meus olhos tentaram conter o pranto que estava dentro de mim
Mas do que adiantaria isso
Se há muitos séculos chorou o seu coração
Na madrugada fria, o nevoeiro cobriu o vale e suas flores
Densas névoas tentaram esconder a triste realidade em que vivemos
Camuflando a decadência humana
Contudo eu não desisti de caminhar ao seu encontro
E de estar em teus braços
Sendo sua noiva
Não perdi a esperança nem em meio às aflições
Pois sua vinda é certa e os meus olhos a contemplarão
Há muito se me deixou ver o Senhor
Os teus braços se abrindo por nós
E o sangue quente que jorrou do seu coração
Através dos profundos cortes
Existe um sincero e verdadeiro amor
Por isso caminhei a te buscar, sem deixar que a minha chama se apagasse
Pois do seu cálice beberei
À frente vejo uma porta manchada com sangue
Clamando de geração em geração
O noivo está voltando
E um matrimônio de sangue acontecerá
Por: Edson Moura.
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