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quarta-feira, 31 de março de 2010

Sombrio E Tenebroso Desfile Das Sombras

Quando a noite chega e os portões se fecham
Sombras noturnas saltam os muros
Da onde o descanso é eterno
Em busca de algo que muitos não compreendem

Mais o que será isso
Momentos de prazer
Ao ver a carne humana em decomposição
Sentindo tocar o corpo nu
Deitado no mármore frio

Ou será a atraente sensação
De estar em um bosque morto
Aonde os túmulos ocupam o lugar
Das árvores que a muito tempo existiram
E com seus brotos e ramos
Vivificavam todo esse lugar
Que agora se tornou um jardim de pedra

Aonde as flores não nascem
Mais estão sempre presentes
Dia e noite
A murchar e a morrer
Em um eterno funeral

No entanto para mim
Esse palco Tenebroso
Sempre reservou algo mais doentio

No desfile das sombras
Tinha um corredor bem distante da entrada
Aonde habitava uma escultura
Impregnada de mistério
A estátua de uma linda jovem que viveu no século passado

Seu olhar tão triste tão vazio
Me dava o estimulo a inspiração
De um pensamento criador e poético
No entanto carregado de melancolia

E quantas foram as noites em que estive ali
A recitar e declamar o meu mórbido amor
Porém sufocado em angustias
Um dia busquei conhecer e entender
A quilo que tanto rejeitava

Mais não sabia que ao abrir meu coração
Eu veria despedaçar e cair
Os muros da razão humana
Que minha ignorância havia construído

Parece até que foi ontem
Em que eu vi o céu se escurecer
Rapidamente o tempo mudou
Relâmpagos e trovões
Trouxeram fleches de luz e estrondos
Que afugentaram todos que estavam ali


Mas eu não consegui ir embora
Imóvel permaneci em pé
Por varias horas
A olhar e contemplar aquele rosto
Que um dia eu tanto amei

Seus olhos de pedra pareciam chorar
Enquanto a chuva que caia sobre nós
Banhava todo o meu corpo

No fundo também chorei
Por que sabia que aquele era o último dia em que eu a veria
Pois o coração humano
Feito de carne e sangue
Pulsa intensamente por algo mais forte
Do que apenas tristeza e dor
E por mais que esses sentimentos
Tivessem criado raízes profundas em minha alma
Chegada era a hora
Em que eu veria todas as algemas e correntes que me prendiam
Se quebrando ao meu redor

Nesse dia clamei por teu nome Senhor
Abandonando o desejo obsessivo
Que me consumia
E entendendo finalmente que
Quando as esperanças parecerem perdidas
E o triste aviso do fim soar em meus ouvidos

A marcha fúnebre não tocará
Sem que antes todos tenham ouvido dizer :

JESUS! JESUS!

Por: Edson Moura.

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